Quando nos referirmos aos mundos superiores, recordemos que a Terra, um dia, formará
entre eles, por estância divina. Atualmente, no entanto, apesar das magnificências que
laureiam a civilização em todos os continentes, não podemos alhear-nos do preço que
pagará pela promoção.
Sem dúvida, os campos ideológicos da vida internacional entrarão em conflitos encarniçados
pelo domínio. As nuvens de ódio que se avolumam, na psicosfera do Planeta,, rebentarão
em tormentas arrasadoras sobre as comunidades terrestres. Contudo, as vibrações do
sofrimento coletivo funcionarão por radioterapia na esfera da alma, sanando a alienação'
mental dos povos que sustentam as chagas da miséria, em nome da idéia de Deus, e
daqueles outros que pretendem extirpá-las, banindo a idéia de Deus das próprias cogitações.
Engenhos de extermínio desintegrarão os quistos raciais e as cadeias que amordaçam o
pensamento, remediando as agonias econômicas da Humanidade e dissipando as correntes
envenenadas do materialismo, a estender-se por afrodisíaco da irresponsabilidade moral.
***
Enunciando, porém, semelhantes verdades, é forçoso dizer que não somos profetas do
belíssimo, nem Cassandras do terror.
Examinamos simplesmente o quadro escuro que as nações poderosas organizaram e que
lhes atormenta, hoje, os gabinetes de governanta, ainda mesmo quando se esforçam por
disfarçá-lo nos banquetes políticos e nos votos de paz.
E, ao fazê-lo, desejamos apenas asseverar a nossa fé positiva no grande futuro, quando o
homem, superior a todas as contingências, respirar, enfim, livre dos polvos da guerra que lhe
sugam as energias e lhe entornam inutilmente o sangue em esgotos de lágrimas.
***
Abrindo as estradas do espírito para essa era de luz, abracemos a charrua do suor, pela
vitória do bem, seja qual seja o nosso setor de ação.
Obreiros da imortalidade contemplaremos os habitantes da Terra a emergirem de todos os
escombros com que pretendam sepultar-lhes as esperanças, elevando-se em direitura de
outras plagas do Universo! E, enquanto nos empenhamos, cada vez mais, em largas dividas
para com a Ciência que nos rasga horizontes e traça caminhos novos, vivamos na retidão de
consciência, fiéis ao Cristo, no serviço incessante de burilamento da alma, na certeza de
que, se a glorificação chega por fora, a verdadeira felicidade é obra de dentro.
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