Considerando as elevadas missões dos Espíritos que se agigantaram nos louros da virtude,
reflitamos nos compromissos anônimos que rogamos, com ardor, em nós e por nós.
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Encontraste o marido ideal e a abastança doméstica; no entanto, recebeste no próprio
sangue o filho retardado que te corta o coração por difícil problema.
Um dia, compreenderás que, noutras épocas, foi ele o companheiro que induziste à loucura.
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Dispões de títulos respeitáveis para luzir nos encargos mais nobres e padeces uma esposa
mentalmente fixada na fronteira do hospício.
Um dia, compreenderás que, em estradas distantes, foi ela a parceira menos feliz, em cujos
pés colocaste lama escorregadia, para que resvalasse, desamparada, na esquina do
sofrimento.
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Tens dinheiro e instrução, mas carregas um pai irascível e intransigente, que mais se
assemelha a um tigre de sentinela.
Um dia, compreenderás que ele vive assim por defeitos da educação que lhe impuseste em
outra existência.
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Percebes a grandeza da obra de que te responsabilizas, sem achar colaborador que te dê
mão no trabalho, arrostando, sozinho, a obrigação de fazer.
Um dia, compreenderás que te valias, ontem, da confiança alheia para tiranizar os que mais
te amavam, e lutas, hoje, desentendido, para te libertares da violência.
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Possuis conhecimentos admiráveis e legiões de amigos que tudo fazem por ajudar-te;
contudo, amargas penosa anormalidade orgânica, à maneira de espinho oculto.
Um dia, compreenderás que a mutilação e a deformidade, a inibição e a moléstia constituem
remédios nos pontos fracos da própria alma.
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Desfrutas mediunidade notável e não consegues outro mister que não seja o consolo e o
apaziguamento na própria casa.
Um dia, compreenderás que carecias de longo tempo, desempenhando a função de bússola
viva para alguns poucos viajantes do mundo, arrojados por ti mesmo nas trevas das grandes
provas.
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Acalentas projetos superiores, exaltando anseios de ascensão e sonhos de arte; no entanto,
gastas o próprio corpo, dobrando a cerviz sobre o tanque ou lavando pratos e caçarolas.
Um dia, compreenderás que para sermos livres é preciso escravizar-nos, por algum tempo,
ao pé daqueles que, por algum tempo, nos foram também escravos.
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Bendize as dores desconhecidas que te pungem, silenciosas!
Agradece as ocupações ignoradas que pediste alegremente, na Vida Espiritual, e que, muita
vez, exerces chorando na vida física.
Se ninguém, na Terra, te anota o serviço obscuro, recorda que Deus te vê! Se todos te
desprezam, à face das tuas atividades supostas insignificantes e humildes, ainda mesmo por
entre lágrimas, regozija-te nelas, aguardando o futuro.
Ninguém consegue realmente ser grande, quando não aprendeu a ser pequenino.