
No mundo existe uma variante entre o cantor e o compositor, onde um necessita ter a voz com os tons certos, para transpor a mensagem da composição, enquanto o outro precisa do silêncio interno para saber buscar as belíssimas letras que vagueiam em sua alma.
É neste quadro, com a ternura que exala de um lago, que encontramos um senhor, juntamente com sua filha, onde percorriam o contorno das águas calmas, embelezadas por flores aquáticas, que exalavam um perfume adocicado, buscando por respostas da existência de Deus na natureza, mesclando delicadeza com uma leve tristeza, pela incompreensão de tanta repugnância que existe ainda em determinados corações.
Neste quadro, a melhor composição era feita pela inspiração que aquele lugar cedia, fazendo chegar a sentimentos elevados, querendo ali permanecer, longe de todos os problemas que aquela vida deixava transparecer.
Uma vida com alegria só se conquista quando o autor da composição consegue trazer a sua verdadeira inspiração, aquela que faz percorrer pelas encostas das ribanceiras, sem deixa-se cair, mas resistir, olhando o eterno a frente, entendendo que a harmonia da canção da vida depende muito da sua autoria, vivendo a sua realidade e não se escondendo detrás da falsidade de um sorriso, com o coração partido, perdendo a esperança que toda composição pode e deve ser verdadeira na sua vida, pois dessa maneira o timbre do cantor se igualará ao sentimento expressado.
Naquele lago, seu porto seguro, de braços dados com sua filha querida, caminhava despreocupado de qualquer problema, pois quando duas almas gêmeas se unem, seus corações se enlaçam, sentindo apenas o que é estar ali, juntos em uma mesma atmosfera, felizes por compartilharem o mesmo cenário, como um prêmio dos deuses, que jamais se cansam de enfeitar com o aroma da primavera, toda a terra, expressando a grandeza de Deus, nosso Criador.
A realidade era apenas uma, se mover desfrutando daqueles ricos momentos que tinha, pois haveria de passar e a dura realidade chegar, mostrando que uma guerra estava prestes a chegar.
- Oh, meu Deus, o que fazer para haver a paralisação daquele lugar, vivendo para sempre, sem mais lágrimas derramar?
Pode ser que naquela época, tal senhores apenas desfrutassem das lindas paisagens que a vida lhes propôs, esquecendo de se ajoelharem e agradecer a Deus pelo dom da vida, mesmo quando o homem por ali passasse, destruindo-a.
Levou um bom tempo para perceberem que todo martírio vivido, serve de lição para saberem desfrutarem, entendendo que na natureza, o homem é a ofensa e o ofensor, a ferida e o golpe, a doença e a saúde, a solidão e o amparo, o sorriso e a lágrima, a alegria e o desespero, e que depende dele atingir a sabedoria para poder às margens do lago voltar, juntamente com a sua alma gêmea, para poderem seguir rumo a escalada ao Senhor Criador.
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