
Não os criaria Deus, à parte.
Os gênios perversos das interpretações religiosas somos nós mesmos, quando adotamos
conscientemente a crueldade por trilha de ação.
***
Observa as lágrimas dos órfãos e das viúvas, ao desamparo.
Há que as faça correr.
Repara os apetrechos de guerra, estruturados para assaltar populações indefesas.
Há que os organize.
Anota as rebeliões que se transfiguram em crimes.
Há que as prepare.
Pensa nos delitos que levantam as penitenciarias de sofrimento.
Há que os promova.
Medita nas indústrias do aborto.
Há que as garanta.
Pondera quanto aos movimentos endinheirados do lenocínio.
Há que os resguarde.
Reflete nos mercados de entorpecentes.
Há que os explore.
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Enunciando, porém, semelhantes verdades, não acusamos senão a nós mesmos.
A condição moral da Terra é o nosso reflexo coletivo.
Todos temos acertos e desacertos.
Todos possuímos sombra e luz.
Consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da esfera humana.
Consciências desencarnadas em desequilíbrio geram os desequilíbrios da esfera espiritual.
É por isso que o Evangelho assevera: “Ninguém entrará no reino de Deus sem nascer de
novo”.
E o Espiritismo acentua: “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir continuamente,
tal é a lei”.
Em suma, isso quer dizer que ninguém conseguirá desertar da luta evolutiva.
Continuemos, pois, vigilantes no serviço do próprio burilamento, na certeza de que o amor
puro liquidará os infernos, quando nós, que temos sido inteligências transviadas nos
domínios da ignorância, estivermos sublimados pela força da educação.
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