
Sentenciados, sim!
A vida, porém, não nos suplicia pelo prazer de atormentar.
Á face de nossa destinação á suprema felicidade, todos estamos intimados ao bem, impelidos ao
progresso, endereçados á educação e policiados pela justiça.
Jesus, o Divino Penalogista, exortou-nos, convincente:
“Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete.”
É que o mal expressa grave desequilíbrio naquele que o pratica.
Comparados ás moléstias do corpo, a dor moral de haver ferido a alguém é o abcesso reclamando
dreno adequado; o vício é a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz, e a
delinqüência é o tumor de caráter maligno, comprometendo a estrutura orgânica, em prenúncio da
morte.
Esposar revolta e vingança seriam expor o próprio sangue a infecções perigosas, entrando,
voluntariamente, nas faixas destrutivas da enfermidade.
Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e imunização infalíveis.
***
Diz Allan Kardec: ”Ás penas que o espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se na da vida
corpórea, que são conseqüente ás imperfeições do homem, ás suas paixões, ao mal uso de suas
faculdades e á expiação de presentes e passadas faltas.”.
Espace, desse modo, as vibrações confortativas da prece sobre todo aquele que caiu no logro do
mal.
O caluniador está sentenciado á repressão da própria língua, o desertor está sentenciado á frustração
que marcou a si mesmo, o ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio, o ofensor está
sentenciado ao ferrete da consciência, o criminoso está sentenciado a carregar consigo o
padecimento das próprias vítimas.
Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos assumidos, com o remorso de quebra.
Assim, pois, á frente do irmão que te golpeia,recolhe-te em silêncio e esquece todo o mal. Não
precisas indicá-lo a esse ou alquile castigo, perante a barra dos tribunais, porque o maior sistema de
punição já está dentro dele.
Comments